O DIÁCONO TEM O DEVER DE CUIDAR DE SEU PASTOR

Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (Atos 6.3).
Eu me lembro que quando há aproximadamente trinta anos fui examinado e consagrado para o serviço diaconal em minha igreja, havia uma pergunta corriqueira, que versava sobre as três mesas inerentes a esse ministério, as quais têm sido aceitas como sendo a do Senhor, a do pastor e a dos necessitados.
Pois bem. De acordo com o Manual do Diácono Batista, editado pela Associação dos Diáconos Batistas do Estado do Rio de Janeiro (ADIBERJ) e disponível no site daquela entidade em http://www.adiberj.org, assim devem ser entendidas tais mesas:
1) Mesa do Senhor: na distribuição da ceia; 2) Mesa do Pastor: trata do sustento pastoral. É um dos deveres honrosos do diácono… aos diáconos compete fazer um estudo minucioso das condições econômicas da Igreja e das necessidades de seu Ministro, para manter-se condignamente na função ministerial com “alegria e não gemendo” (Hebreus 13.17); 3) Dos Pobres: – o problema social e filantrópico de uma Igreja absorve muito tempo do obreiro, por isso, a Igreja a exemplo do que fizeram os crentes primitivos, elege homens de sua congregação para servirem às mesas, para que o Pastor não fique sobrecarregado e possa se dedicar ao Ministério da Palavra..”.
Recentemente, enquanto aguardava a vez para falar a um seleto grupo de dezenas de pastores naquela manhã de sábado, surgiu um apelo financeiro para socorrer a um veterano obreiro que estava passando por sérias dificuldades. Para mim, aquilo soou como uma bomba, que agora passo a dividi-la com colegas diáconos e demais gestores eclesiásticos, além dos meus leitores que poderão refletir sobre isto.
Não é normal, ou pelo menos não deveria ser, um homem de Deus, separado para tão sublime ofício, ao fim da carreira ter que passar por tamanho constrangimento. O normal é a igreja honrar o seu pastor, conferindo-lhe condições dignas para o exercício do seu ministério. O normal é a igreja dar o suporte financeiro necessário ao seu pastor, que além dos merecidos e justos proventos (sustento ministerial, renda eclesiástica, prebendas, côngruas ou outra nomenclatura admissível) deve, na medida do possível, como que por analogia conceder-lhe outros benefícios comuns a outras classes trabalhadoras, tais como plano de saúde, o fundo de garantia por tempo de ministério e, imprescindivelmente, a contribuição previdenciária (INSS), embora não seja obrigação legal da igreja.
Ressalte-se que é a contribuição previdenciária, paga com regularidade, que vai garantir uma aposentadoria razoável ao ministro religioso. Tivesse o personagem que deu motivo ao levantamento da oferta naquela encontro efetuado suas contribuições junto ao INSS, com recursos próprios ou com a ajuda da igreja, estaria gozando dos benefícios da aposentadoria e, por conseguinte, estaria livre deste tipo de situação tão abominável.
Isto serve de alerta para nossas igrejas, que através de seus diáconos, devem primar pelo cuidado para com o seu obreiro. Não é muito ético de parte da igreja ser beneficiada pelo pastoreio e depois ignorar a sua situação pós-pastorado, deixando-o ao relento. Pelo contrário, igrejas que tenham diáconos dotados de sabedoria enxergarão facilmente a necessidade de se garantir ao pastor uma aposentadoria tranquila, e isto se dá necessariamente através do pagamento mensal e ininterrupto das contribuições ao INSS. Este é o caminho, além de ser imposição legal, que diz que o ministro religioso deve efetuar a sua contribuição pelo valor declarado e não necessariamente um percentual fechado baseado no valor dos seus proventos percebidos.
Com a mesma dedicação que o ministro empreende visando ao crescimento espiritual de suas ovelhas, deve a igreja, através de seus oficiais, cuidar do seu pastor e de sua família, como bem nos ensina o autor sacro da carta as hebreus no verso 7 do capítulo 13.

Dc. Jonatas de Souza Nascimento
Diácono, contabilista, graduado em Letras e RH, graduando em Direito e autor da obra “Cartilha da Igreja Legal”

jonatasnascimento@hotmail.com

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